Se chuva quente ou fria, fruía
sempre verões que brasas não me acendiam não posso me acalmar diante de suas
tensões noturnas, que copulam comigo e tantas outras, madre teresas, em
Calcutá, Bogotá, Chile, posso ficar nua se quiser, tirar meu xale, enrolar-te
em formas sinuosas de estrada perigosa desde que fomos cantar à beira mar e o
peixe pulou em minhas costas e latejava latejava que dava prazer pela primeira
vez sentia alguma coisa, ele não era páreo pra você, vira lata come sujo todas
fontes de cheiros indesejáveis como quando te peguei na cama fazendo arfar com
aquela, com aquela cigarra, gritos estridentes os dela, beirando meu colapso.
Máxima culpa apertada a sua de
enfeixar então minhas coxas num membro só, que de tantas apunhaladas ainda sobrevive
sem nexo em suas dobras, estendidas por sobre seu rosto, querendo-te fazer meu,
fazendo de contas que virando e mexe um suor só seria o suficiente pra me fazer
em estupor de prazer infinível.
O tempo termina assim... que sai
e você da rua acena insuportável pra janela de mim fora de mim insípida estou
então tão terrena, jogando fora suas roupas, seus credos, assim como opções
estúpidas digo que sou tola mesmo assim, não podia me aparar cortando os
cabelos, touca pobre de obstar filhos, insuportáveis que são, berrando do outro
lado da parede gasta com roncos seus que me faziam acordar então só e furtada
de meu sono breve sem sonhos que era estar vigiando aquela trupe de circo que
faria todos nós felizes, porque não? uma tropa de moleques e nanas nenês
quentes durante a noite, trocando suas fraldas seu velho babaca que só quer
subir de bondinho sem risco algum que criança não trocaria por nada aquele
friozinho de barriga cheio de energia pra dar, entrega de quando em quando uma
ou duas pizzas que sumidas pelo vinho branco me azeita até chegar à superfície
o líquido branco que então me faz lembrar de sua tia e suas tetas apostadoras,
intuição para fins de acordo específico entre eu você.
Não, não há acordo, desde que eu
me enxergue inteira inefável um dia inteiro sem sequer sair do berço fui então
amparada ao cair, caí como quem veste uma roupa de supetão como a vez sem
direção arrancou os botões de minha calça jeans que inflava ao receber-te assim
tão inteiro, tenha dó de mim, por favor não se vá, não, me deixe tonta mais uma
vez, sobe depressa em minhas costas, Jerusalém em dois passos, maomé deitado em
minha cama faço dele um campeão, já faz tempo que cruzei com você no avião,
olhando jeitoso pros meus lábios que não sabiam sorrir, uma intenção dourada
crescia veloz, ah meu deus, aquele dia fiquei com medo da morte, não era o
avião, ah, delícia suspensa daquele jeito em seus braços, interrompida pelo
toque de cartas se soubesse a profecia.
Desde então o balanço me
persegue. Nada como aquele dia.
Não me encontre deitada. Não se
esqueça de mim. Não faça de conta que sempre estará aí, pronto a me pegar no
colo e embalar-me enfim.